"Libertem Assange e deixem-no ir para o Equador"
"Libertem Assange e deixem-no ir para o Equador", "Reino Unido protegeu Pinochet, um assassino de massas, e persegue Assange" e "Reino Unido igual a ditadura" eram algumas das frases que constavam de cartazes improvisados que alguns manifestantes ostentavam, nas imediações da embaixada do Reino Unido em Lisboa, num protesto convocado pelo portal na Internet Tugaleaks.
O fundador do Tugaleaks, Rui Cruz, disse aos jornalistas que "o Reino Unido ameaçou o Equador de que poderia entrar na embaixada, que é um território soberano, e remover de lá Julian Assange, que está alegadamente acusado de crimes de violação" na Suécia, que reclama a sua extradição.
"O que o Reino Unido está a fazer, embora queira admitir ou não, é a jogada dos EUA e da Suécia, que querem, em coligação, pressionar o Reino Unido, para que consigam remover Julian Assange da embaixada do Equador, onde já tem asilo, e assim o consigam parar de publicar documentos no Wikileaks", referiu Rui Cruz.
Segundo os seus apoiantes, Assange receia que, em caso de extradição do Reino Unido para a Suécia, seja depois extraditado para os EUA, onde poderia responder por acusações de espionagem, por ter divulgado no site na Internet WikiLeaks milhares de documentos diplomáticos norte-americanos, incorrendo mesmo na pena de morte.
"O Reino Unido deve imediatamente fazer um pedido de desculpas ao Equador, deve deixar que a soberania fale por si e que o Equador seja livre de transportar Julian Assange para o país, onde ele já tem asilo", defendeu ainda o fundador do Tugaleaks, que consubstancia também um movimento online pela "verdade da informação".
A manifestação decorreu de forma pacífica e no local encontrava-se um dispositivo policial, que manteve os manifestantes a alguma distância do edifício da embaixada do Reino Unido em Lisboa.